sexta-feira, 19 de março de 2021

Moradora de Brasília diz que vizinhas mandaram mensagem pedindo que ela deixe de usar 'shortinhos' no condomínio


Texto assinado por 'conselho de mulheres' diz que roupas estavam constrangendo casais. Najhara Noronha, de 36 anos, acionou advogado para avaliar caso e espera resposta do síndico sobre assunto.

Moradora do Sudoeste, em Brasília, Najhara Noronha, recebeu e-mail pedindo que não usasse mais 'shortinhos' em áreas comuns do condomínio — Foto: Arquivo pessoal

A técnica de laboratório Najhara Noronha, de 36 anos, estava em casa, em Brasília, na quarta-feira (17), fazendo uma prova online da faculdade, quando foi surpreendida com um e-mail. Segundo ela, vizinhas pediram que a moradora do Sudoeste não transitasse nas áreas comuns do prédio com roupas de academia e "shortinhos" (veja texto abaixo).

A notificação, com o título "Solicitação de vestuário apropriado", foi assinada pelo "Conselho de Mulheres" do condomínio. O texto pede que Najhara não use "vestes que não sejam bermudas ou roupas mais adequadas". A justificativa, é que a vizinha estava fazendo os casais se sentirem constrangidos.

E-mail enviado para moradora do Sudoeste, em Brasília, pede que mulher não use 'shortinhos' em áreas comuns — Foto: Reprodução

A moradora conta que após receber o e-mail procurou dois funcionários do prédio, que não souberam informar de onde saiu a mensagem, e nem falar sobre a existência de um Conselho de Mulheres. Najhara diz que, então, acionou um advogado "para analisar o caso", e o síndico – que, segundo ela, até a manhã desta quinta-feira (18) não havia respondido.

O G1 também não conseguiu falar com o síndico do condomínio até a última atualização da reportagem.

Najhara diz que mora no local há um ano e cinco meses, e que usa pouco as áreas de convivência. "Circulo apenas quando saio pra praticar esportes", explica, ao se declarar surpresa com o e-mail.

"A questão de um grupo de mulheres, ou apenas uma mulher, se achar no direito de definir o que eu posso vestir ou não, não há nada que justifique um comportamento desses", diz Najhara.

G1.

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