Vacina antiestresse pode estar disponível em 20 anos
Pesquisadores americanos dizem que a chave da vacina está na presença de uma bactéria no corpo
Imagine poder contar com uma vacina antiestresse para as adversidades do dia a dia? Parece fantástico, concorda? Pois saiba que a ciência acabou de dar o primeiro passo para conseguir desenvolver essa preciosidade. As pesquisas estão sendo conduzidas pela equipe do neuroendocrinologista Christopher Lowry.
Para os testes, estão sendo utilizadas microbactérias facilmente encontradas no solo, as M. vaccae. A ciência designa um grande grupo de agentes externos como “velhos amigos”, que um dia já tiveram uma convivência mais próxima com o ser humano.
A hipótese é que, quando as pessoas viviam no campo, em contato com os elementos da natureza, elas interagiam com esses velhos amigos. Dessa interação, muitos benefícios eram colhidos para o corpo, assim como ocorre com a flora intestinal.
À medida em que foram para as cidades, se afastaram desses microrganismos, tornando-se mais vulneráveis. Apesar de terem evoluído em parceria, o afastamento do habitat natural fez com que as vantagens advindas dessa troca acabassem.
De acordo com as palavras do pesquisador, quando isso aconteceu, o ser humano perdeu “contato com organismos que serviam para regular o sistema imunológico e suprimir inflamações inapropriadas”. Isso também deixou as pessoas mais propensas a “doenças inflamatórias e transtornos psiquiátricos relacionados ao estresse”.
Como ela funcionará
Os pesquisadores já tinham observado a relação entre a bactéria M. vaccae e a redução do estresse em camundongos. Em experimentos anteriores, eles introduziam a mesma e expunham a cobaia ao estresse. Aqueles que tinham recebido a mesma, não sofriam com estresse pós-traumático.
Apesar de verem o resultado, ainda não tinham isolado o fator que causava esse efeito. Porém, depois de muito estudo, conseguiram encontrar o lipídeo responsável por reduzir o estresse. Esse é um passo importantíssimo para a elaboração de uma vacina antiestresse.
A vacina será feita com a bactéria aquecida e já sem vida, como muitas outras vacinas. Para isso, vão isolar e sintetizar um ácido graxo (10 Z hexadecenóico), que reduz a inflamação, relacionado ao estresse. Essa gordura se liga aos receptores que inibem o processo, reduzindo assim as chances de crises de estresse.
Isso acontece quando as células responsáveis pela imunidade absorvem as bactérias, liberando assim os ácidos graxos. Essa gordura se liga aos receptores e acaba bloqueando o processo inflamatório e, consequentemente, reduzindo o estresse.
Apesar de ser um passo importante, é apenas o princípio, não sendo ainda nada conclusivo. Para que possa ser transformado em uma vacina, há muito o que percorrer ainda. Outros testes devem ser realizados, fazendo com que se torne confiável e estável.
Então, para que se tenha uma vacina antiestresse, serão necessários ainda cerca de 15 anos. E para que ela chegue ao mercado, para consumo generalizado e não somente testes, pode aguardar cerca de 20 anos. Porém, o mais importante já foi dado: o primeiro passo.
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