segunda-feira, 9 de outubro de 2017

ARTIGO: Por Jamisson Neri - Tarauacaense, Capitão da PMAC e Bacharel em Direito pela UFAC!

Nosso Blog estará apresentando todas as semanas um artigo seja cientifico, politico, policial, esportivo, cultural,  de saúde, histórico etc...
procurando sempre valorizar os autores de nossa terrinha, iniciaremos com um artigo escrito pelo meu amigo e Tarauacaense Jamisson Neri - Tarauacaense do Bairro da Praia. Capitão da PMAC e Bacharel em Direito pela UFAC! que desde cedo ainda muito menino, saiu do município com o intuito de estudar e formar-se, amigo ao qual muito me orgulho e tenho carinho.
Jamisson Neri 

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Em muitas circunstâncias da vida, as pessoas querem saber o que é bom, fazer o que é certo, servir ao que é justo. Essas metas são difíceis de atingir.

Um dia desses um policial militar estava de serviço e em dado momento me perguntou qual o jeito certo de atender ocorrência com vizinhos barulhentos que perturbam a paz e a tranquilidade dos outros. Só há uma resposta correta e infinitas respostas erradas na matemática. O tipo de ocorrência que o policial militar foi atender parece-se mais com uma equação de duas variáveis, do tipo X + Y = 3. Aqui encontramos infinitas soluções corretas, com interdependência entre X e Y. Não faz sentido perguntar “Qual é o valor correto de X?”, a menos que se especifique o primeiro valor de Y. 

Do mesmo jeito, quem pensa “O que é certo a fazer nessa ocorrência?” precisa especificar alguma coisa sobre sua própria intuição do fato do fato associado ao conhecimento que deve ter para resolver o problema. Aí teremos um contexto personalizado – o contexto da ocorrência – para analisar e decidir o “certo”.

Na hora, ouvido as considerações do policial, prestei-lhe a devida orientação, que ao final resultou no desfecho pacífico da ocorrência.

Mas, depois de algum tempo, estudei, pesquisei e analisei a resolução dessa ocorrência sob diversos prismas teóricos, a seguir apresentados.

Para a DEONTOLOGIA, termo de origem grega, ligado à noção de dever, o policial deve resolver o problema seguindo as regras da moralidade, consideradas “boas” e, portanto, certas.

Para a TEOLOGIA, palavra também derivada do idioma grego, que significa “propósito” ou “fim”, dirá que se o desfecho da ocorrência obtiver um bom resultado, então, o policial militar fez a coisa “certa”. Se obtiver um mau resultado, fez a coisa “errada”.

Para a ÉTICA DA VIRTUDE, o policial militar só conseguirá resolver a ocorrência, se ele desenvolveu o hábito de agir corretamente para o bem estar dos envolvidos neste tipo de situação.

Para o BEHAVIORISMO, o policial militar deverá solucionar o conflito, atingindo assim o comportamento desejado, por meio de recompensa ou punição. Então, o policial militar deverá dizer: “Se não baixar o volume do som agora, vou ter que prendê-lo”.

Para o JUDAÍSMO, o policial militar não deve enfrentar o problema gerando outro problema, a prisão. Do ponto de vista do judaísmo, o som alto é uma pequena irritação se comparado ao carnaval e outros eventos desse porte.

Para o CRISTIANISMO, seguindo o ensinamento básico de Jesus, o policial militar deverá dá ao agente da ocorrência o que é do agente. No caso, a devida reprimenda pela perturbação que causa com o som alto.

Para os EXTREMISTAS ISLÂMICOS, o policial militar deverá, em nome de Alá, prender o responsável pelo som alto, por perturbar a tranquilidade dos fiéis, para puder ganhar 70 noivas no paraíso.

Para o HINDUISMO, o policial militar deverá resolver a ocorrência cumprindo seu dever, considerado por muitos como opressor, e que numa possível reencarnação, será oprimido, para aprender uma lição.

Para o EXISTENCIALISMO, o policial militar tem liberdade de ação para escolher como deve agir para resolver a ocorrência. Entretanto, deve assumir a responsabilidade pelas consequências advindas dela.

Para a SOCIOBIOLOGIA, o policial tende a prender o responsável pelo som alto, não porque queira, mas porque seus genes assim o determinam.

Para o BUDISMO, o policial militar não deve resolver a ocorrência com violência, pois violência só gera violência e sofrimento. É preciso solucionar a questão sem causar sofrimento ao outro.

Por fim, o MORALISMO LEGAL, dirá que como o legislador legalizou a perturbação da tranquilidade como uma contravenção, a prisão do responsável pelo som alto, é legal, e, portanto, moral, sendo o policial militar um cumpridor da lei.

E, assim, de um jeito ou de outro, os policiais militares serão chamados para resolver os problemas.

Jamisson Neri - Tarauacaense do Bairro da Praia. Capitão da PMAC e Bacharel em Direito pela UFAC!

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