quarta-feira, 10 de novembro de 2021

Volta do homem à Lua vai atrasar em um ano, anuncia Nasa


Poucos analistas acreditavam que a Nasa conseguisse cumprir o prazo de 2024, dada a redução de verbas e disputas judiciais em torno do veículo de pouso entre Elon Musk e Jeff Bezos.

A primeira missão da Nasa (agência espacial americana) desde 1972 para levar humanos à superfície da Lua foi adiada para 2025, um ano depois da previsão anterior.

Poucos analistas acreditavam que a Nasa conseguisse cumprir o prazo de 2024, dada a redução de verbas e disputas judiciais em torno do veículo de pouso.

O adiamento foi confirmado a jornalistas pelo chefe da agência espacial, Bill Nelson, na manhã desta quarta-feira (10/11).

No programa Artemis, a Nasa enviará a primeira mulher e o 13º homem à superfície lunar.

Bezos x Musk

A missão também envolve uma disputa judicial entre os dois homens mais ricos do mundo.

Um juiz federal dos Estados Unidos manteve recentemente uma decisão da Nasa de conceder o contrato à empresa SpaceX, de Elon Musk, para construir um veículo de pouso lunar para a missão à Lua.

O fundador da Amazon, Jeff Bezos, contestou a decisão, em parte porque argumenta que o contrato deveria ter sido concedido a mais de uma empresa envolvida no processo de licitação. A empresa de Bezos, Blue Origin, fez parceria com três outras empresas aeroespaciais para concorrer ao prestigioso contrato de pouso.


Planos da Nasa incluem início da ocupação da superfície lunar — Foto: Nasa

No entanto, uma redução do financiamento da Nasa pelo Congresso americano impossibilitou essa partilha, segundo justificativa publicada pela agência espacial na época do anúncio do contrato. A Nasa recebeu apenas US$ 850 milhões (R$ 4,6 bilhões) dos US$ 3,3 bilhões (R$ 18,1 bilhões) que pediu ao Congresso dos EUA para construir a plataforma de pouso na Lua.

Bezos chegou a se oferecer para bancar US$ 2 bilhões (mais de R$ 10,3 bilhões) dos custos da Nasa em troca de participar do contrato de construção de um veículo de pouso na Lua.

O chefe da Nasa atribuiu parcialmente o atraso da missão de pouso ao imbróglio judicial.

"Retornar à Lua o mais rápido e seguro possível é uma prioridade da agência. No entanto, com o processo judicial recente e outros fatores, o primeiro pouso humano no programa Artemis provavelmente não ocorrerá antes de 2025", disse.

Mas analistas têm apontado desde o ano passado que o problema de financiamento do módulo de pouso é o que tornou insustentável a previsão anterior da missão, para 2024.

Se a decisão judicial da semana passada for mantida por outros tribunais, uma versão da nave da SpaceX, atualmente em teste no Texas, será o veículo usado para transportar a tripulação até a superfície lunar em 2025.

A primeira missão do programa Artemis está programada para decolar em fevereiro de 2022. A Nasa lançará a espaçonave Orion no poderoso foguete Sistema de Lançamento Espacial (SLS) sem pessoas a bordo.

Durante esta missão, Orion voará ao redor da Lua em uma viagem de três semanas para testar seus sistemas.

Transporte da tripulação deve ficar a cargo no gigantesco foguete SLS — Foto: Nasa

O primeiro voo com astronautas, batizado de Artemis-2, acontecerá em 2024, disse o chefe da Nasa.

O passo seguinte, a Artemis-3, será a primeira missão a retornar à superfície da Lua desde a Apollo 17, em 1972. Ela deve pousar no polo sul lunar, que supostamente contém grandes reservas de água gelada em crateras que nunca recebem a luz do sol.

Em tese, o gelo nessas crateras poderia ser usado para fazer combustível para foguetes, reduzindo o custo da exploração lunar.

O programa também verá a primeira pessoa não branca pousar na Lua, embora não esteja claro se isso acontecerá durante a Artemis-3 ou em uma missão lunar posterior.

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