domingo, 9 de dezembro de 2018

Boca Juniors ou River Plate: a mais longa Libertadores da história finalmente terá um campeão


Após atos de violência em Buenos Aires, principal torneio de clubes da América do Sul será decidido na Europa

A mais longa Taça Libertadores de todos os tempos finalmente terá um campeão. Em outro hemisfério, outro continente, outro fuso horário e 10 mil quilômetros longe de casa, Boca Juniors e River Plate decidem em Madri, no estádio Santiago Bernabéu, quem é o o melhor time da América do Sul. A partida será disputada às 17h30 de Brasília, 20h30 locais - o SporTV transmite ao vivo e o GloboEsporte.com acompanha em Tempo Real.

O campeonato que começou em 22 de janeiro vai terminar só em 9 de dezembro, duas semanas depois do inicialmente planejado, por causa dos atos de violência da torcida do River contra o ônibus do Boca horas antes do que deveria ser o jogo decisivo, no dia 24 de novembro.


Não parece, ninguém mais lembra, mas esta é a última edição da Libertadores com final em dois jogos. Disputado há quase um mês em La Bombonera, estádio do Boca, o primeiro jogo terminou empatado em 2 a 2. O segundo, que deveria ter sido na casa do River, foi transferido para Madri.



Quem ganhar vai representar a América do Sul no Mundial de Clubes da Fifa, torneio que tem o Real Madri como favorito, e que será disputado a partir da semana que vem nos Emirados Árabes Unidos. O campeão da Libertadores estreia no dia 18 de dezembro. Tanto Boca quanto River já decidiram que, se ganharem a Libertadores na Europa, vão voltar a Buenos Aires para festejar, e só depois viajam ao Oriente Médio para o Mundial.

Na prática, a mudança para Madri antecipa em um ano a decisão da Conmebol de decidir a Libertadores numa única partida, em vez dos tradicionais jogos de ida e volta, uma na casa de cada finalista. O novo formato, que deveria estrear em 2019 em Santiago do Chile, vai debutar em Madri.

Santiago Bernabéu Final Libertadores Boca Juniors x River Plate — Foto: Divulgação / Conmebol


Os técnicos

Marcelo Gallardo, técnico do River, não estará nem no banco de reservas. Suspenso, vai assistir ao jogo de um camarote do Santiago Bernabéu. O time será dirigido por seu auxiliar, Matías Biscay. Uma coincidência: no último título do River, conquistado ante o Tigres, do México, Gallardo também estava suspenso – e era Biscay quem estava na beira do campo.

Do outro lado, Guillermo Barros Schelotto tenta conquistar seu primeiro título da Libertadores como técnico, depois de ter vencido nada menos do que quatro edições como jogador. O ex-camisa 7 estava em campo quando o Boca conquistou o Mundial pela última vez, em 2000, após derrotar justamente o Real Madrid, dono do estádio onde se decide a Libertadores.


Os times

Tanto Gallardo quando Schelotto só vão divulgar as escalações de River e Boca no domingo, momentos antes da partida. No River Plate, entretanto, a imprensa argentina afirma que o time jogará com três defensores, com Pratto, Martínez e Palacios no comando do ataque.

Do outro lado, Guillermo Barros Schelotto também alimenta o mistério. O técnico do Boca declarou em entrevista coletiva que tinha duas alternativas para escalar seu time. Uma com dois atacantes, outra com três. Ainda há a dúvida se Benedetto pode ser titular em alguma posição do ataque. Mas os jornais são unânimes em apontar uma escalação.

As prováveis escalações de Boca e River — Foto: Editoria de Arte

A história

O River Plate, que venceu a Libertadores em 1986, 1996 e 2015, busca seu quarto troféu. Se vencer hoje no Santiago Bernabéu, o Boca conquistará sua sétima Libertadores e empatará com o Independiente como maior vencedor da competição. O Boca foi campeão em 1977, 1978, 2000, 2001, 2003 e 2007.

Em 110 anos de rivalidade, os dois times se enfrentaram quase 400 vezes. Tanto na Libertadores quanto nos torneios locais, há uma pequena vantagem para o time xeneize.

Na Libertadores:

10 vitórias do Boca
7 vitórias do River
8 empates

Na história:

134 vitórias do Boca
122 vitórias do River
116 empates

O dinheiro

O campeão da Libertadores leva para casa um prêmio de US$ 6 milhões (R$ 23,5 milhões), além dos quase US$ 5 milhões (R$ 19,5 milhões) acumulados na fases prévias. O prêmio para o vice-campeão é de US$ 3 milhões (R$ 11,7 milhões).

Além do dinheiro pelo título da Libertadores, quem ganhar hoje no Santiago Bernabéu vai garantir pelo menos outros US$ 3 milhões só pela premiação no Mundial de Clubes.

As campanhas

Boca Juniors e River Plate chegam até a final após campanhas idênticas nos números: seis vitórias, seis empates e um revés.

As duas únicas dos finalistas da Libertadores foram impostas por times brasileiros. Na fase de grupos, o Palmeiras venceu por 2 a 0 na Bombonera. Na semifinal, o Grêmio bateu o River por 1 a 0 no Monumental.

O Boca teve uma campanha mais acidentada no caminho até a final. O time quase foi eliminado na fase de grupos, mas conseguiu avançar em segundo lugar, com 9 pontos, atrás do Palmeiras (12) e a frente de Junior Barranquilla e Alianza Lima.

A classificação do Boca para as oitavas teve uma ajuda do Palmeiras, que derrotou o Junior Barranquilla na última rodada da fase de grupos graças a uma grande atuação do goleiro Fernando Prass.

Nas oitavas, o Boca passou pelo Libertad, do Paraguai. Nas fases seguintes, o time eliminou dois brasileiros: o Cruzeiro nas quartas e o Palmeiras na semifinal.

A vida do River Plate na fase de grupos foi mais fácil: venceu uma chave na qual estavam Flamengo, Independiente Santa Fé e Emelec. Os dois duelos contra o Flamengo terminaram empatados (2 a 2 no Rio, 0 a 0 em Buenos Aires).

Nos mata-matas, o River eliminou rivais argentinos – o Racing nas oitavas de final e o Independiente nas quartas – antes de derrotar o Grêmio na semifinal.

Jogo feio?

Como está suspenso pela Conmebol, Marcelo Gallardo, técnico do River, não deu declarações. O técnico do Boca, Guillermo Barros Schelotto, disse que prevê um jogo feio, pegado.

– No domingo vão estar em campo os dois melhores times da América do Sul e seus melhores jogadores. Mas em campo vai ter um time querendo ganhar do outro, e acho que não vai ser uma partida muito atrativa do ponto de vista "visual", por assim dizer. Talvez não se veja nem o melhor do Boca e nem o melhor do River.

Arbitragem

O árbitro da final em Madri será o mesmo do jogo que não ocorreu no Monumental de Núñez em 24 de novembro, o uruguaio Andres Cunha. Como aconteceria em Buenos Aires, a final da Libertadores também terá árbitro de vídeo, com uma pequena alteração: o VAR na Espanha funciona na sede da Federação Espanhola, 24 quilômetros de distância do Santiago Bernabéu, e não dentro do estádio.

G1,

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