O jovem Jackson Viana de Paula dos Santos, 16 anos, está entre os dez finalistas do Prêmio Moutonnée de Poesia. O evento, que está em sua XXV edição e recebeu mais de 1.300 inscrições, é realizado pela Prefeitura da Estância Turística de Salto (SP), em parceria com a Academia Saltense de Letras (ASLe).
O prêmio tem por objetivo revelar novos poetas, valorizar o gênero poético e incentivar talentos literários.
O resultado dos dez finalistas saiu na última sexta-feira, 10, na página da prefeitura, e a cerimônia de premiação dos classificados acontecerá, no dia 25, na Biblioteca Municipal de Salto, com a presença das autoridades locais.
De acordo com Viana o 1°, 2° e 3° lugar receberão troféu, certificado e participarão da antologia organizada pela Prefeitura. Os demais farão parte da antologia e receberão diploma de menção honrosa.
“A minha colocação, entre os dez, é de total sigilo até o dia da premiação, só podendo ser oficialmente divulgada após essa data. Escrevi com o poema "Sempre que escrevo. O próximo passo agora é dirigir-me até a cidade de Salto para participar do evento promovido pela Prefeitura", disse o jovem.
Recentemente, Jackson lançou seu terceiro livro, a obra chamada “Ditirambo” traz poesias e sonetos de estilo clássico, escrita pelo autor, entre seus 14 e 16 anos, faz alusão a fatos históricos, conflitos emocionais, reivindicações políticas, homenagens e desconstrução de tabus sociais.
Segundo o autor, sua inspiração “vem do cotidiano, do que sou capaz de encontrar além do comum dentro das pessoas, em suas formas de agir e nos resultados que essas ações trazem para a sociedade”, conta.
Aos 13 anos, Jackson publicou os livros "Onde mora a felicidade?" e "Aprendendo a viver", aos 14, idealizou e fundou a Academia Juvenil Acreana de Letras (AJAL). Conquistou o 1° lugar no estado no 43° Concurso de Redação de Cartas dos Correios, 2° lugar no Brasil no Prêmio Flor do Ipê, da Universidade Federal de Goiás, sendo destaque do ano de 2015. Além disso é conselheiro regional do Movimento União Cultural e embaixador internacional pela Embaixada da Poesia-RJ, da qual recebeu medalhas de "Honra ao Mérito" e "Poeta Menino - Casimiro de Abreu".
Segue, na íntegra, o poema:
SEMPRE QUE ESCREVO
Sempre que escrevo, morre alguém no mundo...
E eu sinto a fundo que isso seja um bem...
Minha caneta tem poder de corte,
Cheiro de morte... Escrevo, morre alguém!
Todos os dias firo em cor as linhas
São todas minhas... O sepulcro eu pago!
Minha caneta é um vômito de choro,
Ave de agouro, e serve-me de afago!
E quem dizia que nada eu fazia...
Ah! De hipocrisia sinto odor funéreo!
Todos os corpos de uma vida sanha
Provêm de entranhas já do cemitério!
O que consola é que entre tantas vidas
Interrompidas graças a meu termo,
Não vi parar o coração de santo...
Não vi, portanto, algum cristão enfermo!
São todos dignos de ser fantasmas,
Somente asmas do pudor mundano...
E cada um dos que partiram leva
Lá para as trevas o mal deste plano!
E aqui eu fico, na missão que acato
Lavando os pratos secos de saliva...
Neste aposento a mão escreve calma,
Lá outra alma deixa de estar viva!
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