Cerca de 300 brasileiros, entre eles, vários acreanos, estão entre os estudantes de medicina que deixaram suas casas em busca de realizar o sonho de ser médico cursando uma faculdade em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia.
Com a pandemia do coronavírus e a obrigação de quarentena adotada pelo país vizinho, as aulas foram suspensas no dia 13 de março, sem previsão de volta.
Por conta da situação, os estudantes, assustados com o momento vivido também na Bolívia pedem ajuda. Os estudantes se organizaram em grupos de WhatsApp e cerca de 250 manifestaram desejo de voltar para casa. Desde então, esses estudantes têm pedido ajuda do consulado brasileiro em Santa Cruz e também do Itamaraty para serem repatriados. Até o momento, sem sucesso.
“Nós temos tido muito problema e pouca ajuda. A gente liga no Itamaraty, eles nos passam informações que são básicas, mas que o consulado daqui não tem conhecimento. É impressionante como eles não tem uma resposta concreta. A única coisa que ouvimos é dizer que estão tentando resolver”, afirma Josi Pires.
A estudante conta que muitos alunos estão abalados psicologicamente, já que não existe previsão para o fim da pandemia e muitos brasileiros têm dito dificuldade de ir ao supermercado. Muitas vezes, quando conseguem, encontram prateleiras vazias.
“Só queremos retornar para as nossas casas até que tudo isso passe. Temos família muito preocupada com a gente no Brasil. Não estamos tendo o direito de voltar para casa. Aqui a gente não tá tendo nem como sair para comprar alimentos. Aqui, cada pessoa só sai no dia específico de acordo com o número final do seu carnê de identificação. Só que para quem é calouro, alguns policiais aceitam o final do RG ou o passaporte. Outros, querem prender. Só pode sair de casa uma vez por semana, de 7 ao meio dia e ainda corremos o risco de sermos presos”, diz Josi.
A brasileira conta que diversos países fizeram o repatriamento de estudantes de Santa Cruz. Outro fator que assusta é o desabastecimento de alimentos nos supermercados. “Infelizmente, o dia que conseguimos ir no supermercado temos a chance de encontrar as prateleiras vazias. Todos os estudantes com quem tenho conversado afirmam está vivendo cenas de filme de terror. O que a gente não consegue entender é que diversos outros países repatriaram seus estudantes. Porque só o Brasil não consegue? Precisamos de ajuda”, afirma a estudante.
ac24horas
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