quinta-feira, 4 de junho de 2020

Santos Cruz avisa: Exército não marcha com governo Bolsonaro


“Não existe essa marcha junto com o governo”, disse o ex-ministro e general Santos Cruz, criticando a participação de Jair Bolsonaro nas manifestações do último domingo que pediam o fechamento do Congresso, do STF (Supremo Tribunal Federal) e a instituição do AI-5
22 de abril de 2020, 18:06 h Atualizado em 29 de maio de 2020, 05:53

247 - O ex-ministro da Secretaria de Governo da Presidência general Carlos Alberto Santos Cruz afirmou em entrevista que o Exército não é partidário e não “marcha” ao lado do governo de Jair Bolsonaro.

“Não existe essa marcha junto com o governo”, disse o general em entrevista nesta quarta-feira (22) aos jornalistas Carla Araújo e Hanrrikson de Andrade.

Ele criticou as manifestações do último domingo (19) que pediam o fechamento do Congresso, do STF (Supremo Tribunal Federal) e a instituição do AI-5.

“A instituição, vou falar pelo Exército, é extremamente disciplinada. Ela é ligada ao estado brasileiro, nas atribuições da Constituição. Exército não é partidário, de governo. Ele presta todo respeito às autoridades, população, mas não tem essa caminhada junto. Isso não existe”, afirmou.

Para sustentar a sua afirmação, Santos Cruz lembrou que não havia ministros militares no ato, apenas Bolsonaro.

"Fica uma confusão com ataques e xingamentos na internet, e o presidente aparece naquele cenário na frente de um quartel general de uma das Forças, que é o Exército, e o presidente é o comandante-chefe. Fica uma ideia de movimento institucional que não teve. São situações confusas que poderiam ser evitadas", afirmou.

O ex-ministro disse ainda que Bolsonaro vive ainda no "modo campanha eleitoral".

"Depois da eleição, você deixa o presidente governar, mas um pequeno grupo continuou no mesmo sistema como se fosse ter eleição na semana que vem. Isso parte pro desrespeito. O problema não está no governo. O problema é esse grupo sem controle que extrapola todos os limites da educação e respeito", criticou, se referindo ao chamado gabinete do ódio.

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