sexta-feira, 23 de setembro de 2022

Ao lado de Alok, índígenas acreanos são destaque ao se apresentarem na sede da ONU em Nova York



POR MAURÍCIO DE LARA GALVÃO, DO CONTILNET

O Acre marcou presença significativa na Assembléia Geral das Nações Unidas (ONU)na última sexta-feira (16). Com o apoio do Instituto Alok, do Pacto Global Brasil, além da ONG Mundial Greenpeace, os indígenas acreanos Mapu Huni Kuî, Owerá MC, Rasu Yawanawa, entre outros, participaram de uma performance musical no topo do edifício. Felizmente, isso significa muito mais do que parece.
Apresentação na sede da ONU/Foto: Reprodução Instagram

A ação fez parte da programação do “O Futuro é Ancestral”, onde empresas, especialistas em meio ambiente e diversas instituições, formataram um painel de debates sobre como a indústria do entretenimento pode contribuir para a ressignificação do imaginário sobre a identidade dos povos originários. O plano é destacar sua importância para a co-criação de um futuro justo e sustentável, dentro do contexto esestabilizante das mudanças climáticas. O nome do projeto é o mesmo do próximo album do DJ, que não tem data para lançamento, mas foi gravado com artistas indígenas acreanos.

De fato, a ideia é genial, uma vez que a indústria de entretenimento, também conhecida como show business, é um ramo que engloba cinema, música, arte, teatro e televisão, cuja influência sobre a sociedade é enorme. O show business afeta diretamente os mercados da moda, do ramo editorial, da indústria de games, e mesmo novos parâmetros na política, criando ou reforçando as tendências que a sociedade adotará. Colocar a cultura indígena do Acre dentro deste mapa de visibilidade mundial, com apoio de instituições fortes, é algo inédito.
Indígenas e Alok/Foto: Reprodução Instagram

“Quando a gente não tem conscientização sobre algo é normal que a gente cometa erros, no entanto quando a gente passa a ter consciência sobre aquilo, já não é mais um erro, mas sim uma escolha”, descreveu Alok ao divulgar a apresentação. Foi ele quem arcou com todas as despesas e trâmites necessários para que os indígenas pudessem ir ao evento em Nova York, nos Estados Unidos
Alok e Rasu Yawanawa/Foto: Reprodução Instagram

Segundo Rasu Yawanawá, de Tarauacá, publicado no site Um Só Planeta, “O que a gente fez com Alok foi gravar a nossa música para passar de geração em geração, porque um dia isso seria preciso para compartilhar com os homens que não têm conhecimento do que é a floresta”.
Participação é considerada histórica/Foto: Reprodução Instagram

O Instituto Alok, que tem parceria em sua origem com o game Garena Free Fire, apoia ações sociais, culturais e ambientais no Brasil, na África e na Índia. Assinou, juntamente com o Pacto Global da ONU no Brasil, mais uma parceria para a criação do “Fundo Ancestrais do Futuro”, com a finalidade de apoiar a produção cinematográfica e musical, além de games e Web3 com o protagonismo dos próprios indígenas, visando a preservação ambiental. O fundo pretende convidar mais empresas, ONGs e a sociedade e geral para a criação de uma plataforma que dê voz à cultura identitária dos povos originários.
Indígenas acreanos em apresentação na sede da ONU/Foto: Reprodução Instagram

O Instituto Alok também esclareceu suas motivações no Instagram, a esse respeito: “Hoje estamos em Nova York, na semana da Assembléia Geral das Nações Unidas, onde os representantes de todas as nações debaterão as principais questões globais, dentre elas, a pauta das mudanças climáticas. O Instituto Alok e o Pacto Global da ONU uniram esforços para trazer lideranças e artistas de diferentes povos indígenas para um debate sobre um futuro realmente sustentável. Encerraremos a nossa participação com uma performance muito especial com músicas do nosso álbum “O futuro é ancestral”. É a voz da floresta que o mundo precisa ouvir através dos cantos indígenas”.

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