Na liderança do projeto “Somamos”, Luiz Roberto Leven Siano deseja construir o “Vasco dos Sonhos”, com arrecadação de R$ 2,1 bilhões em seis anos e ampliação de São Januário
“O projeto é maravilhoso, audacioso e de resultados. O torcedor vai adorar. Vai surpreender muita gente”. Assim, Roberto Carlos, ex-lateral-esquerdo, resumiu no FOX Sports Rádio do dia 26/03 o planejamento liderado por Luiz Roberto Leven Siano, candidato à presidência do Vasco, em novembro. Ele promete elevar o nível não apenas do Gigante da Colina, mas também do futebol brasileiro.
Administrador e advogado de 51 anos, Leven explica que o programa “Somamos” significa “somos o maior clube do mundo” e já chamou atenção de Sheikh Mansour (dono do Manchester City, Tamim bin Hamad al-Thani (Emir do Catar), lendas do futebol como Seedorf, Dida e Amoroso, e empresários como os italianos Fabio Cordella e Mino Raiola. E os dois últimos prometem podem levar o Gigante da Colina a um cenário completamente diferente do atual.
Fabio Cordella é um empresário e diretor de futebol há cerca de 20 anos. Mino Raiola é um conhecido agente no meio do futebol que agencia Mario Balotelli, Zlatan Ibrahimovic e outros jogadores em todo o mundo. Cordella e Raiola já conversaram sobre as transferências dos astros para o clube carioca, e os negócios são encarados como possíveis por Leven Siano.
“Estamos negociando, tentar fazer o Vasco dos sonhos. Balotelli e Ibrahimovic têm o mesmo empresário. Ibrahimovic seria um projeto mais ousado. Mas não tem que pensar em qual grande craque será contratado, mas sim que traremos grandes craques. Se não for um, vai ser outro”, afirma Leven, em entrevista exclusiva ao FOXSports.com.br.
E não pense que a mira da gestão em reforços de peso para por aí. Leven Siano revelou conversas com o volante Souza e garantiu que a cria da Colina irá retornar ao clube para um “projeto sério” com o Somamos em 2021, caso a eleição se concretize.
“Diria que a chance dele vir para o Vasco é 101%. A ideia é trazê-lo o quanto antes. Não sei estaria apto para o Carioca, mas para o Brasileiro, sim. Ele precisa de um time competitivo. Precisamos fazer com que ele encerre a carreira feliz. A ideia é trazê-lo para um bom time”, conta o candidato.
Leven Siano já mira um companheiro na dupla de volantes do Vasco: Yaya Touré. O marfinense esteve próximo de atuar no Botafogo e chegou a ter um vídeo oficial de anúncio vazado no clube, mas o caminho pode ser a Zona Norte do Rio de Janeiro. O administrador ainda deixou no ar uma possível influência pelo negócio do meio-campista ex-Manchester City e Barcelona dar errado com o Glorioso.
“No futebol, não existe coincidência. Se não foi para o Botafogo, é porque alguém impediu. Talvez seja próximo a mim”, diz Luiz Roberto.
No ataque, o candidato já manifestou interesse na contratação de Sebastian Giovinco, meia ex-Juventus que atua no Al-Hilal, da Arábia Saudita. Pedido frequente da torcida, Alex Teixeira já recebeu contato de Leven Siano, mas a conversa não evoluiu, segundo o líder do Somamos. Nada desanimador para ele, que deseja brigar por títulos em 2021 na presidência do Vasco da Gama.
“Vamos para as cabeças. A bola entra na medida que o time é estruturado e a torcida está motivada. Se temos jogadores no nível de Balotelli, Yaya Touré, Giovinco, Alex Teixeira e Souza, somos um time competitivo”, diz o advogado.
O cenário parece irreal diante do momento vivido em São Januário, já que os jogadores do Vasco sequer receberam salários em 2020. Ao ser questionado sobre uma possível ajuda nas finanças do clube antes das eleições, Leven conta que a ação não é possível pela postura de Alexandre Campello, atual presidente do Vasco.
“Essa diretoria foi a mais contrária à ajuda. Ajudei muito mais nas gestões do Eurico e do Roberto. O Campello rejeitou qualquer ajuda. É lamentável, no final das contas todos somos vascaínos. Estamos quase em maio. É uma vergonha. Por isso, o Vasco perde o Rossi para clubes como Fortaleza, Ceará, Bahia. Hoje, o Vasco é uma das últimas opções para os jogadores. Queremos voltar a ser atrativo para os jogadores. Ninguém quer vir e ficar 5 meses sem receber”, afirma Luiz Roberto.
Novo São Januário: capacidade para 55 mil pessoas e projeto pago pelo candidato
Se o Vasco vive um momento tão complicado, como investiria em tantos jogadores de alto nível com uma nova gestão? Leven Siano explica que o Somamos projeta arrecadar 400 milhões de dólares (R$ 2,1 bilhões aproximadamente na cotação atual) em seis anos, e a reforma de São Januário está entre as principais formas de arrecadar recursos.
“Esse dinheiro é a soma dos projetos do Somamos, em todas as fontes de receitas: como lojas, bares, restaurantes, estacionamento do novo estádio, que tem a meta de arrecadar R$ 70 milhões por ano; naming rights do estádio, que estamos conversando com a Entourage Sports; número de expansão de sócios-torcedores; social commerce; a projeção do que a base pode produzir; prêmios; casas de apostas; direitos de televisão nacional e internacional; financiamento”, afirma Leven Siano.
“A gente também tem o projeto de Casas Vasco, onde disponibilizamos produtos não só do Vasco, mas de parceiros de outros países. Tive uma conversa embrionária com o Benfica. Eles têm seis milhões de torcedores. Têm 247 Casas Vasco em Portugal e outros países do mundo. Se nos ajudarem na construção das nossas Casas Vasco, vamos sugerir que o vascaíno adote o Benfica como o clube do coração em Portugal. Vamos abrir as Casas Vasco para que eles utilizem para vender seus produtos licenciados também. Ampliaria a capacidade de venda deles de seis para 26 milhões. É uma forma de abrir portas. O vascaíno vai ter seu time do coração em Portugal, Espanha, Itália.”, completa.
A gestão de Alexandre Campello já possui um projeto de ampliação de São Januário para 43 mil lugares e custo de R$ 250 milhões. Por outro lado, o candidato do Somamos duvida do projeto da atual presidência do Vasco. O novo estádio do Vasco, na gestão de Leven, deve receber até 55 mil pessoas, com pagamento em até 23 anos, ainda sem previsão do custo.
“O projeto arquitetônico custará 138 mil euros (R$ 813 mil). Eu vou pagar 80 mil euros (R$ 472 mil). Em junho ou julho, vamos ter um projeto sensacional de uma empresa que tem tecnologia de ponta em sustentabilidade ambiental: a Serneke, que está prometendo enviar o design do estádio mais bonito do mundo. Vai ter pela primeira vez um green bond (ideias sustentáveis nos cuidados do estádio).
Pode ser maior que a do Campello. Ele quer fazer extensões, dizem que está planejando um puxadinho. A gente quer uma Arena, com camarotes, áreas de hospitalidade. Estou pagando do meu bolso. Quem ganhar, se quiser tocar esse projeto, o benefício é do Vasco. Qual centavo foi levantado na ideia do Campello? Não interessa quanto custa, mas quanto você tem para investir. Eu já tenho financiamento de 85%, não interessa quanto custe, pelos bancos suecos. Mais do que projetos, temos os fundos.
85% do que a Serneke vai receber será pago pelos bancos suecos. O Vasco vai se acertar com os bancos suecos. Isso é feito com garantias de royalties e aluguéis dos acessórios do estádio, como estacionamento, hotel, restaurante, casa de apostas, bar, que vamos gerar receitas e royalties. Estamos negociando para termos três anos de carência e o pagamento do financiamento comece apenas quando os acessórios estiverem construídos”, explica o candidato.
Vasco com a maior torcida do mundo
Após a histórica campanha de sócio-torcedor do Vasco, no fim do ano passado, que elevou de cerca de 30 mil (outubro/19) para 180 mil (dezembro/19) adesões em dois meses, o candidato à presidência do clube em 2021 quer mais. E a ambição não fica apenas no programa, mirando que o Gigante da Colina alcance o cargo de maior torcida do mundo.
“Temos metas ousadas. De ser o único clube do mundo com 1 milhão de sócios e passar de 20 milhões de torcedores para 60 milhões e nos tornamos a maior torcida do mundo. Vamos criar a Vasco Global Enterprise, uma empresa estrangeira do Vasco para explorar novos mercados. Está no objetivo do Somamos o Vasco atrair dois mecanismos: compra de clubes em outras praças, onde poderíamos ter um Vasco na Europa e na China”, revela Luiz Roberto Leven Siano.
Outros pontos da entrevista
Experiência na carreira
“A minha experiência tem sido focada em resolver grandes crises, acidentes da navegação, alguns envolvendo meio-ambiente. Geralmente é um caos. Estou acostumado também com direito financeiro, no qual muitas vezes meus clientes são credores de grandes dívidas de outras empresas devedoras e me contratam para eu ir até as empresas devedoras e ajudá-las para encontrar caixa e pagarem dívidas dos meus clientes. Estou acostumado a encontrar soluções financeiras para empresas com dívidas. Meus clientes são todos internacionais, abro portas no mundo inteiro, isso passa credibilidade para as pessoas que falo.”
Treinador europeu
“Trabalhamos com filosofia de jogo. Vasco vai buscar o ataque em todos os esportes. Vai trabalhar com análise científica, nós entendemos que hoje a fisiologia no futebol, além da nutrição, psicologia, medicina esportiva, é o que faz a diferença, um time jogar com intensidade. Estamos conversando com brasileiros e estrangeiros, entre eles o português Carlos Carvalhal, do Rio Ave. É bem possível que tenhamos um treinador europeu.”
Gestão
“Vamos ter uma gestão profissional. Levar um CEO e contratar de 8 a 10 dirigentes, cada um em uma área. Queremos montar um comitê no futebol, com Fábio Cordella, Luis Felipe Ximenes e outro que talvez seja o melhor diretor de futebol brasileiro, mas não podemos revelar pois está empregado.”
Centro de Treinamento
“A gente pretende terminar o CT o mais rápido possível, sem depender da torcida. Vamos direcionar a torcida para nossos reforços.”
Vasco x Flamengo
“Vamos ter um Barcelona e Real Madrid brasileiro em breve.”
Basquete
“Estamos buscando captar 12 milhões por ano no basquete. Quem tem me ajudado é o Jorge Verissimo, um dos grandes vascaínos que entende de basquete. Buscamos incluir o basquete feminino e masculino.”