quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

Raspar a língua, tomar colágeno e 'shot para imunidade': veja mitos e verdades sobre hábitos que bombam na web


Seja em prol da estética ou da saúde, muitas atitudes tidas como saudáveis sequer têm comprovação científica.

A rotina na internet de várias influenciadoras começa de maneira bem parecida: entram nas redes sociais, tomam café e mostram o dia a dia. Logo pela manhã, exibem ao acordar seus hábitos e rituais - propagandeados como saudáveis. Uns dos mais comuns envolvem raspar a língua, esfoliar o corpo, tomar um "shot para a imunidade" e ingerir colágeno. Mas, afinal, será que funcionam de verdade?


Veja abaixo o que é mito e o que contribui de fato para a saúde, de acordo com os especialistas.

Raspar a língua: VERDADE ✅

A influencer Mariana Goldfarb, que conta com mais de um milhão de seguidores, é uma das adeptas de raspar a língua com raspadores.


De acordo com a cirurgiã-dentista Gabriela Nicolellis, a prática é mais eficiente do que apenas escová-la e diminui em até 75% a chance de desenvolver mau hálito.

Dentista explica que esse hábito ajuda a eliminar o mau hálito. — Foto: Reprodução/Instagram

Isso porque na língua fica depositada a saburra, a sujeira branca que contém restos de comida, gordura, células descamadas, proteínas e bactérias.

O material do utensílio não faz diferença no resultado. Pode ser de plástico, cobre ou metal, tanto faz.

O importante é raspar após a higiene bucal, de trás para frente em linha reta para retirar a saburra. Ao fim, enxaguar a boca.
Entre os principais benefícios estão evitar mau hálito, cárie, doenças periodontais, alterações no paladar e doenças oportunistas como o sapinho.
É recomendado raspar duas vezes ao dia, ao acordar e à noite, antes de dormir, já que, durante o sono, há diminuição do fluxo salivar, aumentando a quantidade de bactérias.

Tomar colágeno: MITO ⛔



Balinhas de goma com colágeno não contém a quantidade necessária da substância para beneficiar a saúde. — Foto: Reprodução/Freepik

Vendidos em forma de balinhas de goma, cápsulas e em pó para a diluição em água, o colágeno é tratado por influenciadoras como substância capaz de melhorar o viço da pele.

No entanto, a dermatologista Patrícia Trigo, do Hospital Sepaco, explica que não há estudos demonstrando que ingerir colágeno melhora a aparência.

O efeito é a nível celular, hidratando as células. Geralmente, ortopedistas indicam para idosos porque pode melhorar as cartilagens, mas é só.
— Patrícia Trigo, dermatologista do Hospital Sepaco.

Ela ressalta que ingestão da substância sobrecarrega os rins e, caso seja recomendada pelo médico, deve ser como complemento de uma alimentação balanceada.
Para fazer efeito, é preciso tomar por, no mínimo, seis meses e 10 gramas por dia. Essa é a quantidade que costuma vir em sachês.

A quantidade de colágeno em "gominhas" ou cápsulas é muito menor do que o indicado para consumo diário. Ou seja, não funciona.

Esfoliação a seco: MITO ⛔


Fazer esfoliação sem a recomendação médica pode sensibilizar a pele. — Foto: Reprodução/Freepik


Já a esfoliação a seco, feita com buchas ou até escovas especiais para isso, não é indicada. A dermatologista Patrícia Trigo explica que esse método pode deixar a pele sensível e agravar questões preexistentes, como ressecamento e espinhas.

Esse tipo de procedimento parece simples, mas precisa ser feito conforme a indicação de um médico, de acordo com o tipo de pele do paciente.

'Shot da imunidade': MITO ⛔

O chamado "shot da imunidade", em geral, é uma mistura de água, limão espremido, própolis e especiarias, como cúrcuma, canela ou gengibre. Influenciadoras costumam tomar em jejum um copo pequeno desse por dia. O gosto pode fazer muitos torcerem o nariz e, segundo especialistas, não tem nenhum efeito na imunidade.


O 'shot' sozinho não faz milagres pela saúde, sendo apenas parte de um estilo de vida saudável. — Foto: Reprodução/Pexels

Larissa Cau Carlet, imunologista membro da Doctoralia, explica que esse tipo de preparado não interfere no funcionamento do organismo, e não há pesquisas que comprovem a eficácia.

"Uma alimentação baseada em alimentos muito gordurosos ou com altas doses de bebidas alcoólicas não será compensada com um shot matinal. É algo que leva tempo e exige mudança de hábitos", diz.

De acordo com a médica, em caso de suspeita de uma doença imunológica, é preciso fazer uma avaliação com um especialista para entender o funcionamento dos órgãos e das células do indivíduo

"Imunodeficiências e outras doenças potencialmente graves e fatais requerem tratamentos qualificados", afirma.

Já Telma Sigolo, nutróloga do Hospital Albert Sabin de SP, explica que a cúrcuma tem efeitos antioxidantes e anti-inflamatórios, e é comumente usada por pessoas com doenças reumáticas ou idosos que enfrentam dores crônicas.

"O consumo em jejum pode facilitar a ação anti-inflamatória porque você potencializa a absorção dos nutrientes, mas um ingrediente sozinho não resolve a vida. Precisa estar dentro de um contexto de vida saudável e equilibrada", explica.

terça-feira, 17 de janeiro de 2023

CNM critica reajuste de piso salarial de professores e orienta prefeitos a ignorar aumento


Entidade diz que o critério para o aumento não tem validade jurídica. MEC anunciou aumento de quase 15% no mínimo pago por prefeituras e estados a profissionais da educação básica.

Ministro da Educação anuncia reajuste de quase 15% no piso salarial dos professores

A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) criticou nesta terça-feira (17) o reajuste do piso salarial dos professores oficializado pelo Ministério da Educação (MEC) e, pelo segundo ano seguido, voltou a orientar os gestores municipais a ignorar o aumento anunciado pelo governo federal.

"O impacto torna ingovernável. Estamos orientando os municípios a não concederem, por mais que entendamos como importante. Esse montante inviabiliza a educação no Brasil. Aí, nós vamos ver o MEC apresentando grandes projetos para salvar a educação no Brasil, enquanto tira esse valor dos municípios", declarou o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski.

O MEC anunciou na segunda (16) um aumento de quase 15% no mínimo pago a professores da educação básica. O piso – que será atualizado de R$ 3.845,63 para R$ 4.420,55 – é definido pelo governo federal, mas o pagamento é feito pelas prefeituras e governos estaduais.

Para a CNM, o custo total desse reajuste pode impactar a gestão educacional no Brasil e agravar a situação fiscal dos municípios. A estimativa, divulgada pelo presidente da entidade, é de que o aumento custe R$ 19,4 bilhões anualmente aos municípios.

"É importante, sim, o piso, mas sabemos que não é assim [que deve ser concedido]. Tem que ter o piso, tem que valorizar o magistério, mas não desse jeito", declarou.

"Se o município quiser cumprir, dar 80% de reajuste, ele pode. Agora, se isso vai acabar com a educação, com as contas públicas dele, é problema dele."

A entidade ainda argumenta que a atualização do salário-base não tem respaldo jurídico. Segundo técnicos da confederação, o critério utilizado perdeu validade com o início da vigência da lei que criou o novo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) – entenda abaixo.

"Nosso entendimento, e da própria AGU, é de que a lei foi revogada. O critério de reajuste do piso não tem eficácia legal e persiste a insegurança jurídica devido ao vácuo legislativo na definição do novo critério de reajuste", afirmou Ziulkoski.

O reajuste do piso salarial do magistério (profissionais com formação em magistério em nível médio e carga horária de trabalho de 40 horas semanais) é concedido anualmente em janeiro. É calculado com base na comparação do valor anual por aluno do Fundeb dos dois últimos anos.

Entre 2021 e 2022, a variação registrada foi de 14,95% – exatamente a atualização oficializada pelo governo federal.

Para a CNM, a correção do piso deveria seguir o acumulado de 2022 do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que totalizou 5,93%.

Impasse jurídico

O entendimento da CNM é de que a lei do piso, sancionada por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2008, está vinculada ao antigo Fundeb – revogado em 2020 – e, por essa razão, não seria mais válida.

Em 2020, a emenda constitucional que estabeleceu caráter permanente ao Fundeb mudou a nomenclatura dada ao valor anual por aluno e revogou a lei em vigência que tratava do fundo.

Para os técnicos da CNM, a lei do piso salarial do magistério faz referência à nomenclatura e descrição anteriores do critério. Além disso, por não ter sido atualizado, o trecho que trata da maneira com o qual o reajuste deve ser feito também faz referência à lei anterior, revogada com a emenda à Constituição.

Esses argumentos foram utilizados pela entidade para questionar o reajuste concedido em 2022, após represamento em 2021 pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). À época, a consultoria jurídica do MEC concordou com a tese e apontou que seria necessária nova regulamentação sobre o tema.

Pesquisa feita pela CNM aponta que, em 2022, quase 1,8 mil municípios pagaram reajustes diferentes do anunciado pelo governo federal.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), representante dos profissionais da educação, discorda do posicionamento da CNM. Segundo a entidade, a lei do piso mínimo segue válida e o reajuste deve ser imediato.

A CNTE argumenta que o Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou a constitucionalidade dos critérios de reajuste em 2021, quando a emenda à Constituição que gerou, na avaliação da CNM, uma insegurança jurídica já havia sido promulgada.

Resolução no Congresso

A CNM defende que as prefeituras não são obrigadas a dar o reajuste. A entidade afirma que os gestores devem ter cautela ao conceder os aumentos.

A confederação também defende que o Congresso Nacional discuta um novo regulamento para as atualizações. Para Ziulkoski, é preciso criar uma legislação que modernize os critérios de aumento do piso, mas considerando as realidades municipais.

“Acho que vai ter que vir da fonte do recurso para pagar. Essa lei tem que ser construída para que cada município conceda, na sua realidade, o aumento”, disse.

Segundo ele, ainda não houve um convite para um diálogo por parte do governo federal. "O governo não nos convidou para discutir nada até agora. Já passamos aí 60 dias da transição”, afirmou. "Se houvesse um diálogo mínimo, poderíamos construir uma solução juntos.”

TARAUACÁ: GRANDE FINAL DO FUTEBOL NO ESTADIO NABORZÃO PRAIA X BOM DE BOLA NESTE SABADO (21)

Grande final neste Sábado, do Campeonato Municipal de Futebol de Campo 2022 término 2023.

Em homenagem a Edmilson Jansen

Local: Estádio Municipal Naborzão

Praia  x  Bom de Bola

Sorteios

1º Sorteio R$ 50,00 em dinheiro

2º Sorteio Uma Cesta Básica Com Frango

3º Sorteio Uma Bola de Campo Kagiva

4º Sorteio Uma Cesta Básica Com Frango

quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

Cometa que passou pela última vez na órbita terrestre há 50 mil anos será visível no Hemisfério Sul em fevereiro


O cometa C/2022 E3 (ZTF) foi descoberto em março do ano passado pela Nasa.

Cometa C/2022 E3 (ZTF) — Foto: Reprodução/NASA/Dan Bartlett

Um cometa recentemente descoberto pela Nasa passará novamente pela órbita terrestre depois de 50 mil anos, segundo informações da agência espacial norte-americana. No Hemisfério Sul, ele poderá ser visto em fevereiro.


Na última vez em que o cometa C/2022 E3 (ZTF) passou, a Terra ainda era habitada pelos neandertais, ancestrais da espécie humana.

O cometa terá a forma de uma pequena mancha leitosa no céu noturno e provavelmente poderá ser visto a olho nu em áreas sem poluição luminosa.

Descoberto por astrônomos em março de 2022, ele foi capturado pela câmera acoplada ao Telescópio Samuel Oschin no Observatório Palomar, na Califórnia (EUA). Na época, ele estava dentro da órbita de Júpiter.

"Os cometas são notoriamente imprevisíveis, mas, se este continuar com sua tendência atual de brilho, será fácil detectá-lo com binóculos, e é possível que se torne visível a olho nu sob o céu escuro", afirmou a Nasa.

Embora ele só poderá ser visto em fevereiro no Hemisfério Sul, para quem estiver no hemisfério norte, será possível vê-lo usando binóculos ou um pequeno telescópio antes do amanhecer já durante este mês.

No dia 12 de janeiro, ele estará em seu ponto mais próximo do Sol e, no dia 1° de fevereiro, estará mais próximo da Terra, a 42,5 milhões de km.