Há muita expectativa para o dia 25 de junho, data em que o Congresso dos Estados Unidos vai entregar o próximo relatório sobre as visitas de óvnis ao nosso planeta.
Como assim? Eles realmente existem? Bom, vamos com calma, o relatório tem a participação de uma equipe de especialistas do Pentágono, do FBI e do escritório de inteligência naval. Pronto, é agora que os ufólogos de plantão, que são diferentes dos terraplanistas, vão comemorar. Esse relatório apresentará evidências de "fenômenos aéreos não identificados", colocando os alienígenas novamente como tema nas conversas de bar e pubs.
Uma das maiores discussões da sociedade atual é a existência ou não de vida extraterrestre. Há aqueles que acreditem que haja outras formas de existência fora do globo terrestre; há outros que nem tanto.Porém, a chave da discussão pode ser maior do que se imagina.
A crença de vida extraterrestre depende de como os indivíduos se posicionam em relação à questão, pois o que se define por vida é o núcleo do tema. A vida pode se apresentar de variadas formas e acreditar nela fora do planeta Terra já nem é questão.
Ainda há pouco tempo foram descobertas bactérias em Marte ou moléculas orgânicas complexas em uma lua de Saturno. Acontece que, quando tocamos nesse assunto, assumimos que os seres vivos que procuramos são os que compartilham algumas semelhanças conosco.
Em outras palavras, a vida extraterrestre que se procura é uma que seja composta de seres intelectualmente superiores, capazes de viagens espaço-tempo e que, de alguma forma visitem, vigiem e façam contato com os humanos. Essa realidade foi sobretudo criada pela indústria cinematográfica norte-americana, que incentivou a população a pensar que todos os ETs seriam homenzinhos verdes, esguios e cabeçudos que sobrevoavam o planeta Terra nos seus discos voadores.
Eu defendo que o universo observável é tão grande que nem o infinito define e, caso se aplique a lógica, é totalmente plausível que em outro sistema solar se conjuguem as condições perfeitas para a criação de vida inteligente.
A forma, a cor, o jeito como respiram e tudo na existência de extraterrestre são suposições baseadas apenas no que se conhece, sem levar em consideração fatos ainda não descobertos. Acredito que ainda existam materiais, composições ou mesmo cores das quais somos totalmente alheios, e imaginar o que não conhecemos torna-se uma tarefa impossíve, pois o nosso conhecimento é a barreira da nossa imaginação. Para fazermos o exercício correto de pensamento sobre o tema, teríamos que nos isentar de todas as preconcepções que temos sobre ele. Teríamos de o racionalizar "sobre uma folha branca".
O fato é que as indagações são diárias. Se por um lado o universo é demasiadamente vasto para que a humanidade esteja só; por outro, se há assim tantas evidências de que a vida extraterrestre existe e visita o planeta, por que não são percebidos? Ou melhor, por que só um pequeno número de pessoas diz ter estabelecido contato? Por que os governos não divulgam informações se estão na posse delas?
O desejo de querer encontrar uma forma de vida semelhante advém, portanto, do medo primário de solidão. Nesse caso, uma solidão coletiva — a humanidade tem receio de se encontrar sozinha na vastidão do universo. No que é observável, vão ser encontradas pequenas formas de vida, molecular, bacteriana, mas sem descartar a hipótese da vida de que o ser humano de fato tem anseio de encontrar. Nós somos provavelmente a coincidência mais extraordinária de sempre e a conjugação perfeita de todos os fatores.
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Fabiano de Abreu Rodrigues, colunista do TecMundo, é doutor e mestre em Ciências da Saúde nas áreas de Neurociências e Psicologia, com especialização em Propriedades Elétricas dos Neurônios (Harvard). Ele é membro da Mensa International, a associação de pessoas mais inteligentes do mundo, da Sociedade Portuguesa de Neurociência e da Federação Europeia de Neurociência. É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), considerado o principal cientista nacional para estudos de inteligência e alto QI.
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