Deputados do PT vão acompanhar o caso
A Polícia Militar do Distrito Federal deteve e levou para a Polícia Federal quatro manifestantes que abriram uma faixa "Bolsonaro genocida" na Esplanada dos Ministérios, sob a suspeita de que infringiram a Lei de Segurança Nacional.
Os manifestantes foram liberados pela PF, que não viu relação do protesto com a Lei de Segurança Nacional.
Deputados do PT foram à Superintendência da PF para cobrar explicações e acompanhar o caso.
Entre os detidos, estão os responsáveis pelo canal de esquerda Botando Pilha, entre eles o criador do site, o ativista Rodrigo Pilha. Os outros são Guilherme, Victor e Emanuel. A coluna ainda não conseguiu os nomes completos.
No vídeo abaixo, publicado pelo canal no Facebook, um dos ativistas afirma que policiais militares estão recolhendo a faixa.
O desenho da faixa foi baseado em uma charge do cartunista Aroeira, que já foi alvo de pedido de inquérito por André Mendonça em junho, também com base na Lei de Segurança Nacional.
Mendonça acionou a PF e a PGR contra Aroeira e o jornalista Ricardo Noblat, que havia compartilhado a ilustração no Twitter.
Em junho de 2020, ministro da Justiça acionou PGR e PF contra charge Foto: Reprodução/Aroeira Cartum
Este é mais um caso de repressão a críticas feitas a Bolsonaro.
Outros episódios foram o processo aberto pelo Ministério da Educação e pela Controladoria-Geral da União contra dois professores de universidade federais que criticaram o presidente e os inquéritos abertos pela Polícia Federal contra jornalistas.
Hélio Schwartsman, da Folha de S.Paulo , Ricardo Noblat, da revista Veja , e o chargista Renato Aroeira foram alvos de investigações da PF.
No Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro recorreu a um delegado próximo da família Bolsonaro para abri um inquérito contra Felipe Neto por suposta infração da Lei de Segurança Nacional — o caso foi suspenso hoje por uma decisão judicial que lembrou à Polícia Civil que não cabe a uma polícia estadual investigar ninguém por possíveis crimes cometidos no âmbito desta lei.
O ministro da Justiça, André Mendonça, também recorreu à Polícia Federal contra um sociólogo e um dono de empresa de outdoors pela instalalação de um outdoor em uma avenida de Palmas, capital do Tocantins, dizendo que Bolsonaro era pior do que "pequi roído", em referência à fruta do cerrado.
Um outdoor que chamava o governo Bolsonaro de genocida foi depredado em Goiânia nesta quinta-feira.
A União Estadual dos Estudantes de Goiás havia colocado o anúncio na véspera.
"Bolsonaro, seu governo é genocida. Quase 300 mil mortes por Covid-19. Queremos vacina, emprego e educação", dizia o cartaz, na Quinta Avenida do Setor Universitário, em Goiânia.
Outdoor chama Bolsonaro de genocida em Goiânia Foto: Reprodução/União Estadual dos Estudantes de Goiás
Outdoor que chamava Bolsonaro de genocida em Goiânia foi depredado no primeiro dia Foto: Reprodução/União Estadual dos Estudantes de Goiás
Nenhum comentário:
Postar um comentário