Grupo protesta contra queda nos investimentos e falta de articulação do governo federal durante a pandemia.
Educadores divulgam carta aberta sobre problemas educacionais — Foto: Eduardo Paiva / TV Globo
Mais de 3 mil professores, pesquisadores, estudantes e ex-ministros divulgaram nesta quinta-feira (1º) uma carta aberta à sociedade brasileira, denunciando o risco de o Brasil viver um "apagão educacional". A iniciativa foi coordenada pelo Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec).
Entre os signatários, estão: os ex-ministros da Educação Cristóvam Buarque (2003-2004) e Renato Janine Ribeiro (2015), e o ex-presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) Chico Soares (2014-2016).
Também assinaram o documento: especialistas em educação, como Priscila Cruz (Todos Pela Educação), Cláudia Costin (Fundação Getúlio Vargas), Ricardo Henriques (Instituto Unibanco) e Magda Soares (professora da UFMG); e ex-representantes de entidades do país, como Cleuza Repulho e Eduardo Sanches (União Nacional de Dirigentes Municipais de Educação - Undime).
Entre outras questões, a carta critica:
a queda nos investimentos em educação;
a falta de coordenação do governo federal durante a pandemia;
a regulamentação da educação domiciliar como uma prioridade;
a ênfase em projetos conservadores e negacionistas;
o veto ao projeto de lei que buscava garantir internet a professores e alunos da rede pública
"O Brasil tem caminhado na contramão dessa trajetória de conquistas, promovendo a desarticulação entre diferentes entes federados e o desmonte das políticas construídas nos últimos trinta anos", afirma um trecho da carta.
"Neste momento de múltiplas crises, os prejuízos da falta de coordenação entre diferentes ações e do desmonte das políticas já em curso se traduzirá, em médio e longo prazos, em prejuízos ainda maiores para aqueles que historicamente foram excluídos do direito à educação."
O documento pede que, para evitar um "apagão educacional", o MEC respeite a Constituição, comprometa-se a reduzir as desigualdades sociais e tenha senso de urgência na resposta aos desafios educacionais impostos pela pandemia.
O G1 entrou em contato com a pasta, mas não recebeu retorno até a última atualização desta reportagem.
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