Por Isaac Melo
O contexto histórico
Nos primeiros anos de 1930, a cidade de Tarauacá ainda chamava-se Seabra. A maior parte de sua população vivia na zona rural, mais propriamente, nos seringais. O censo de 1920 dizia que o município contava com uma população de 20.421 habitantes. Trinta anos depois, segundo o censo de 1950, o número de habitantes decrescia para 14.670, dos quais apenas 1962 viviam na zona urbana. Quando o romancista e contista José Potyguara publicou “Sapupema: contos amazônicos”, em 1942, afirmava que a população de Seabra era de aproximadamente 3 mil pessoas. Infere-se, daí, que a população urbana de Seabra, na década 1930, oscilava entre 2 a 3 mil habitantes.
Toda a década de 1930 é marcada pela acentuação da crise da borracha, com o fim do primeiro ciclo (1880-1920). De acordo com o historiador Pedro Martinello (1938-2003), a história da economia da borracha na Amazônia pode ser dividida em quatro fases, a saber, 1) monopólio natural (até 1912); 2) retrocesso e estagnação (até o estabelecimento dos Acordos de Washington, 1942); 3) transição (1942 a 1948-1951); 4) borracha como insumo de importação.
A construção do “Theatro Municipal” de Tarauacá coincide com o 2º período da trajetória da produção gomífera, isto é, o período que vai de 1912 a 1942, representado por uma queda, tanto nos preços quanto na produção, embora, ressalva ainda Martinello, o segundo quartel da década de 30 apresente certa retomada na produção e preços. No entanto, nos anos iniciais da década de 30, a borracha experimenta, em 1932, a menor cotação de sua história. Portanto, o “Theatro” surge no contexto de crise, num pequeno núcleo urbano de, aproximadamente, 2 mil habitantes.
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